Trabalhadores defendem a redução de preços dos combustíveis e saída de Pedro Parente em ato de apoio à greve dos petroleiros na REFAP

A FeteeSul, a CUT-RS, centrais sindicais, federações, sindicatos, vereadores e centenas de trabalhadores de várias categorias participaram na manhã desta quarta-feira (30) do ato em apoio à greve dos petroleiros, realizado em frente à Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas. Também compareceu o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi (PT), e o deputado estadual Nelsinho Metalúrgico (PT). A paralisação de advertência dos petroleiros, por 72 horas, conforme orientação da Federação Única dos Petroleiros (FUP), começou no primeiro minuto desta quarta, com a adesão da quatro refinarias e terminais no Rio Grande do Sul, segundo anunciou o diretor do Sindipetro-RS e secretário de Saúde do Trabalhador da CUT-RS, Dary Beck Filho.

BM atira bombas de gás contra manifestantes

Antes do ato, um grupo de manifestantes, que estava concentrado nas imediações da Estação Petrobrás do Trensurb, foi vítima da truculência e da violência da Brigada Militar (BM). Enquanto caminhavam de forma pacífica na pista lateral da BR-116 para chegar até a entrada da Refap, eles foram bloqueados por um pelotão de choque, cujos soldados atiraram bombas de gás lacrimogêneo. No entanto, a repressão não conseguiu intimidar nem dispersar os manifestantes. Eles se reorganizaram e em negociação, mediada pelo deputado Nelsinho, convenceram o comandante do pelotão a retirar os soldados.

Fora Pedro Parente da Petrobras!

“Estamos muito orgulhosos de vocês”, disse aos petroleiros o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo. “Essa greve é histórica porque não é corporativa, por aumento de salário, por uma pauta específica, mas é em defesa da empresa e defender a Petrobrás é defender o Brasil”. Ele criticou o golpe de 2016 e a nomeação do atual presidente da Petrobrás, Pedro Parente, que retomou o modelo de gestão privada do governo FHC, reduzindo o refino do petróleo no Brasil para importar derivados e favorecer os interesses estrangeiros. Nespolo elogiou a pauta da greve, destacando três pontos: a redução dos preços dos combustíveis, a volta da regulagem dos preços pela Petrobrás (“não pode ficar ao sabor do valor do dólar”) e o aumento da capacidade de refino no Brasil (“não podemos admitir uma ociosidade de quase 40% das refinarias brasileiras”). “E o quarto item é fora Pedro Parente, que preside a Petrobras de forma servil aos interesses do grande capital internacional”, enfatizou. “Tire as garras da Petrobras!”

Greve dos caminhoneiros

Antes de terminar, o presidente da CUT-RS salientou ainda a importância da greve dos caminhoneiros, “que começou bem, com uma pauta séria, como a redução dos preço dos combustíveis, mas lamentavelmente se reduziu ao preço do diesel e à redução de impostos”. Segundo ele, “reduzir imposto não vai resolver o problema, tem que trocar o modelo da Petrobras”. Na avaliação de Nespolo, “essa greve já cumpriu o seu papel, porque a grande maioria que continua na beira da estrada é o povo do Bolsonaro, aquela gente que votou a favor da reforma trabalhista, aquela gente que quer a intervenção militar, que é coisa de doido”

O que querem os petroleiros

Houve também vários pronunciamentos das demais representações presentes, todas manifestando apoio irrestrito à greve dos petroleiros e defendendo a pauta apresentada pela categoria:

- Redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis;

- Manutenção dos empregos e retomada da produção das refinarias a plena carga;

- Fim das importações de derivados de petróleo;

- Não às privatizações e ao desmonte do Sistema Petrobrás;

- Saída de Pedro Parente do comando da Petrobrás.